sábado, 10 de abril de 2010

O Impacto das Novas infra-estruturas rodoviárias de Trás-os-Montes

Após um interregno Pascal, o Blog da CJSB segue as suas crónicas semanais, desta feita com um texto assinado pelo professor Sérgio Afonso.

Nos últimos tempos temos ouvido falar bastante acerca da Auto-estrada Transmontana, que irá ligar Vila Real a Bragança, do IC5 que rasgará o distrito na transversal, fazendo um percurso idêntico ao actual IP4, mas a sul, ligando a região ao litoral e à fronteira, junto a Miranda do Douro e, ainda, do IP2 que atravessará o distrito pelo interior, de Norte a Sul, e ligará à nova rede de auto-estradas, nomeadamente, a A25 e a A23.

Ora, como todos os cidadãos transmontanos devem, certamente, saber o centro e sul do distrito de Bragança estão apenas servidos por estradas nacionais sinuosas que tornam bastante morosa a viagem pelos pouco mais de cem quilómetros entre Freixo de Espada à Cinta e Bragança, como de Bragança ao Porto, apesar de a distância ser o dobro.

Por outro lado, tem sido debatida e colocada em questão a importância destas infra-estruturas rodoviárias por várias individualidades de áreas profissionais bastante diversificadas e que, muitas das vezes, em minha opinião, acabam por não saber argumentar de uma forma coerente e devidamente articulada os verdadeiros prós e contras desta matéria. Podemos colocar a questão, porque é que certas pessoas, nomeadamente alguns políticos colocam dúvidas e tentam bloquear estas obras?

Mas trata-se apenas de uma questão de justiça social para com a região de Trás-os-Montes, trata-se da construção de estradas que permitem muitas das vezes salvar vidas, diminuindo a sinistralidade e promovendo a empregabilidade de famílias e jovens e a oportunidade de negócio para muitas empresas.

Será principalmente um investimento na nossa segurança, mas também um investimento para proporcionar melhor conforto e qualidade de vida àqueles que transitam nestas estradas.

Abordo esta questão na qualidade jovem cidadão e numa perspectiva de civilidade e cidadania, abrangido pelo apego forte à cultura transmontana e movido pela vontade de fixação na região e de dar o meu contributo ao seu desenvolvimento.

Mas, por outro lado, medito sobre esta temática com indignação porque enquanto trabalhador que sou, circulo quilómetros e quilómetros pela estrada e sinto as carências efectivas e a necessidade de melhores vias, desta forma não faz sentido nem se pode compactuar com a ideia de que não vale a pena modernizar as nossas infra-estruturas rodoviárias.

Quem afirma tal coisa não conhece os nossos problemas, não gosta da região e não sabe a dificuldade que os jovens têm em fixar-se.

No mundo global em que nos encontramos inseridos é imperioso combater a assimetrias e lutar contra a ostracização a que este povo tem sido sujeito ao longo dos anos. Cabe também aos jovens a tomada de posição rígida sobre as temáticas actuais da região e deixar de parte a resignação que muitas vezes é comum. Só assim se poderão criar condições de vida satisfatórias e potenciar a mobilidade entre distritos e evitar a desertificação.

Sérgio Afonso

2 comentários:

  1. Bem desta vez comento directamente no blog! Para mim o melhor artigo de opinião que aqui foi publicado! O artigo do Sérgio é a prova que os jovens também têm opinião e merecem sem ouvidos!
    Pela segurança de todos os que percorrem diariamente as estradas do nosso distrito, mas também pela qualidade de vida dos que cá vivem ou para cá viajam, A4 e IC5 já.

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  2. Caro amigo Sérgio..Concordo plenamente contigo.. Quem não concordar, não é transmontano ou simplesmente quer viver no passado..Temos que acompanhar os tempos que se avizinham negros..As pessoas que não concordam, nem a vale insistir, pois eu pessoalmente comparo-as, aos norte-americanos que tanto têm criticado Barack Hussein Obama II em relação à saúde, alguém que simplesmente quer igualdade para todos e saúde para todos..Não aos lobbys... Sim à modernização..

    Nuno Machado

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