segunda-feira, 31 de maio de 2010

A "Carta"

Poderia ser propaganda ao Título da canção “A carta” dos Toranja, mas não, não é um titulo de canção, será, ou seria mais, um título de um fado português, entenda-se destino, digno de um esquecimento de planificação, tantas vezes identificado no nosso país.
Para transformar é preciso agir, mas para agir será necessário conhecer. Trata-se de uma afirmação que não carece de explanação ou demonstração especial, todos a conhecemos, embora nem sempre a pratiquemos. No caso da “Carta das Instalações desportivas e da prática desportiva” vulgarmente conhecida, ou denominada “Carta Desportiva” estamos perante a objectivação e tradução prática daquele princípio.
A planificação é algo de fundamental em todos os parâmetros da vida institucional e do seu trabalho profissional. Dentro de uma estrutura camarária torna-se indispensável essa planificação de forma a não se cometerem erros estratégicos, a não se tomarem más decisões e a desenvolver um trabalho dinâmico e sustentável. A “Carta Desportiva” é um exaustivo diagnóstico da situação desportiva do concelho, radiografando toda essa situação, sejam valências, sejam indicadores negativos, organizando um conjunto de indicadores indispensáveis ao planeamento, programação e desenvolvimento desportivo no concelho. Esse estudo não nos confronta apenas com uma análise desportiva no plano macro, mas descrimina essa situação nos diferentes segmentos do sistema desportivo local e nos diferentes contextos organizacionais da prática do Desporto. É um estudo feito através das autarquias em colaboração directa com todas as estruturas desportivas, associações de âmbito desportivo tradicional, clubes e escolas e com profissionais da área desportiva, professores e profissionais da área.
Fale-se com que sabe, discuta-se com quem anda no terreno, tirem-se conclusões, saiba-se o que se tem, como se trabalha, como se pode trabalhar. Corrijam-se os erros, faça-se um planeamento sério, direccionado e com objectivos. Implementem-se medidas e regras crie-se uma identidade desportiva. Muita gente pergunta porque é que Bragança “não funciona em termos desportivos”, julgo ter-vos dado a resposta. Torna-se evidente, falando com diversos agentes desportivos, que a actuação da Câmara Municipal de Bragança é ineficaz, é sazonal, não é direccionada e apoia-se “conforme os ventos” ou as “caras” dos intervenientes. Não há linha de seguimento, não há regras, não há regulamentação, em suma, existe sim uma gritante falta de planeamento desportivo e isso reflecte-se inclusive nas actividades do Dia do Desporto em Bragança. É tudo fruto de uma qualquer lembrança de um qualquer profissional dentro da câmara (pasme-se!!) e nem sequer faz parte da estrutura camarária própria para o efeito.
A estrutura desportiva da Câmara municipal de Bragança resume-se a uma piscina municipal onde se despejam técnicos, mas que não consegue proporcionar a uma cidade como Bragança uma abertura durante um ano inteiro (pasme-se novamente!!) fechando inclusive portas por períodos superiores a 1 mês e onde o horário de funcionamento fica limitado das 15h às 21h e das 10h às 19h aos sábados. Bom, mas seria este assunto digno de outra crónica.
Urge planificar para desenvolver, urge tratar o Desporto com a importância que ele deve ter, pois o desporto é, inclusivamente, uma possível fonte de receita turística.
A “Carta Desportiva” é uma ferramenta de trabalho pertença já de inúmeras câmaras municipais espalhadas pelo país, aqui bem perto, Mirandela fez inclusivamente 2 fóruns desportivos com vista à elaboração desta Carta. Bragança não…Bragança fica ao rumo de alguém…fica à mercê das vontades de certos intervenientes e que infelizmente, abraçando os destinos do Desporto municipal, nem sequer qualquer ligação na sua vida, profissional ou pessoal, tiveram com o Desporto.
É urgente parar e pensar….é urgente intervir para salvar o Desporto Brigantino….é urgente planificar!
Convém ter presente que, nos últimos 20 anos, o Desporto sofreu uma evolução que colocou completamente em causa a antiga forma de resolver as necessidades que gerava. Se há 2 décadas atrás o retrato-tipo do praticante desportivo se poderia sintetizar como “ Jovem – estudante – sexo masculino – estudante – média burguesia – centrado na competição” verifica-se que hoje este estereótipo foi completamente ultrapassado pois surgiram novos tipos de praticantes, novas modalidades, de diferentes níveis sociais e com novas motivações. Pergunta: E Bragança? Soube adaptar-se a estas novas “tendências” do desporto? Soube planificar de forma a exponenciar as valências desportivas da região, nomeadamente o desporto aventura e o desporto de natureza? Será suficiente em termos desportivos evoluir para aulas de hidroginástica? É com estas aulas que incentivamos os turistas a visitar o nosso concelho e a participar nas nossas actividades? Não! E aqui entram as associações que tanto têm trabalhado em prol destas organizações que têm cada vez mais adeptos. Esses sim, homens no terreno que sabem identificar o que “o povo gosta” e exponenciar as nossas valências.
Srs autarcas, estudem o que deve ser estudado, oiçam quem deve ser ouvido, planifiquem, organizem, executem e façam a devida gestão. O desporto merece, Bragança merece! Deixemos de cantar o triste fado do esquecimento…
por... Pedro Rego

segunda-feira, 17 de maio de 2010

S.A.B. É Cultura!

Mais um ano e mais uma Semana Académica que decorreu em Bragança. A Associação Académica do I.P.B. organizou mais uma vez este evento cultural que considero dos maiores do nosso concelho. É uma festa da juventude, um evento que marca todos os que terminam anos de estudo e se preparam para enfrentar o mercado de trabalho e passar à vida activa. A festa dos finalistas movimenta todo o mercado da cidade e do concelho, são centenas as pessoas que se deslocam à cidade de Bragança para assistir a este evento cultural. O mercado do concelho “mexe” com uma actividade organizada por jovens capazes, com responsabilidade e maturidade para engrandecer o nome da cidade de Bragança. Todo o comércio da cidade e do concelho “vive” esses dias. Mas há um reparo que tem que ser feito. O executivo actual da C.M.B. vê, na minha opinião, este evento de uma forma errada e não lhe atribui o real valor e a quem o organiza. Por este país fora, as autarquias, são os principais financiadores destes eventos, as Associações Académicas têm como aliado de peso os executivos camarários pois estes consideram, e há afirmações publicadas na comunicação social de alguns dizendo isso mesmo, importante apoiar a juventude nas iniciativas que movimentam os concelhos e enaltecem a sua imagem bem como promovem e aumentam o comércio local. Infelizmente em Bragança isso não acontece, este executivo vai retirando apoios a este evento de ano para ano. O líder do executivo, quando confrontado com esta situação na última sessão da Assembleia Municipal e questionado sobre o porquê desta falta de apoio não só não respondeu como não teceu qualquer tipo de comentário sobre o assunto. Com este tipo de atitude e forma de agir sinto-me à vontade para dizer que a falta de crédito que é atribuído aos jovens por parte do executivo se revela nestas situações, demonstram que estes eventos e, neste caso específico, a Semana Académica, não lhes é atribuido o valor que têm na realidade. É importante reflectir sobre isto e apelar ao poder autárquico que olhe os jovens de uma outra forma, apoiando e contribuindo para os eventos por eles organizados. Finalizo dando os parabéns à A.A.I.P.B. pela excelente organização e pela excelente forma como tudo decorreu mesmo com condições atmosféricas que em nada ajudaram! E claro... um voto de excelente sorte a todos os finalistas.

Cátia Miranda

terça-feira, 11 de maio de 2010

Benfica, futebol e mobilização social.

Terminou este fim-de-semana a Super Liga 2009/2010. O S.L. Benfica saiu vitorioso e aconteceu o que muitos já sabiam: Lisboa vestiu-se de vermelho. E esta onda vermelha que assolou a capital foi-se verificando um pouco por todo o país. Em Bragança, a festa foi semelhante, com centenas de pessoas a festejar em plena cidade, com a festa a prolongar-se noite fora no pavilhão do NERBA, aproveitando o facto de se celebrar a Semana Académica.

Segundo estatísticas oficias da Liga Portuguesa de Futebol, este campeonato teve 2.616.301 espectadores no seu somatório, 101.864 dos quais nesta última jornada. O que efectivamente, para um país como o nosso, é bastante gente.

Ora, quando assistia através da televisão e via as milhares de pessoas que festejavam pelas ruas de Lisboa, reflectia acerca do fenómeno futebol e de como esta é uma indústria de massas, com forte mobilização social, que movimenta milhões de euros anualmente, que gera emprego (directo e indirecto), que leva milhares todos os fins de semana aos estádios e que “prende” mais uns quantos em frente às Tv’s. Mas vi também cerca de 500 adeptos do Braga que se deslocaram propositadamente ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro para receber a sua equipa que chegava da Madeira: isto às 3:30 da manhã. Fiquei impressionado, confesso.

Mas logo me lembrei de inúmeros projectos que mereceriam esta mobilização social que se verificou mas que não conseguem ter o impacto que tem o futebol. Neste caso concreto, refiro-me ao "Voluntariado Jovem para as Florestas". Este programa tem como objectivo incentivar a participação no grande desafio que é a preservação da natureza e da floresta em particular, para assim reduzir o flagelo dos incêndios, através de acções de prevenção. As candidaturas decorrem de 01 de Maio a 15 de Agosto, inclusivé. Como incentivo, é ainda atribuída uma bolsa diária de €12 euros a cada participante, com direito a seguro contra acidentes pessoais e certificado de participação. Aqui está uma sugestão a todos os jovens, nomeadamente para os do nosso concelho. Participem!

Mais informações em http://www.juventude.gov.pt/Portal/Voluntariado/VolFlorestas/ ou directamente no IPJ de Bragança.

André Novo

terça-feira, 4 de maio de 2010

Recordar Abril

No passado Domingo, dia 25 de Abril, a Concelhia da Juventude Socialista de Bragança, assinalou a data de uma forma diferente: a projecção de um filme. Foi no Espaço Domus, em Bragança, um projecto inovador e muito atractivo gerido por dois jovens muito dinâmicos e com boas ideias, um exemplo a seguir.

Cerca de duas dezenas de militantes da concelhia da JS Bragança reuniu com o intuito de celebrar a data assistindo á projecção do filme “Capitães de Abril” de Maria de Medeiros. Filme elucidativo dos acontecimentos durante a Revolução dos Cravos e que, na opinião do secretariado da CJSB é uma excelente forma de transmitir os ideais o verdadeiro significado da data para a nossa sociedade actual principalmente aos mais jovens.

Tomou a palavra o coordenador da CJSB que, depois de dar as boas vindas a todos os presentes, centrou o seu discurso numa das problemáticas que afecta a sociedade de hoje: os excessos de liberdade cometidos.

Frisou que, muitas vezes, se transforma liberdade em libertinagem, não só os mais jovens nas suas relações inter-pessoais mas também toda a sociedade em geral e principalmente a comunicação social. Continuou dizendo que é necessário que os valores conquistados em 25 de Abril de 1974 não se desvirtuem, não esmoreçam, e cabe aos mais velhos, aqueles que viveram as diferenças do antes e depois, não deixar cair a lembrança desta data e aquilo que verdadeiramente foi conquistado nesse dia: liberdade e democracia.

Em seguida tomou a palavra o presidente da Concelhia do PS Bragança, Vítor Prada Pereira que abordou, entre outros temas, a elevação de quem faz politica. Disse que assistimos muitas vezes a discursos que ferem a integridade pessoal e intelectual de cada um muitas vezes sem provas do que se diz e que os valores da prática política não podem cair. Terminou deixando um pedido de reflexão sobre o verdadeiro significado da data.

O filme “Capitães de Abril” relata a fase da implementação da revolução dos cravos desde a noite anterior até ao momento da libertação dos presos políticos da prisão de Caxias. Uma hora e trinta minutos seguida com atenção por todos em que se representa o esforço dos militares em devolver a liberdade e a democracia ao povo português, esforço esse que culmina com a rendição de Marcelo Caetano, refugiado com alguns ministros no Quartel do Carmo em Lisboa, ao General Antonio Spinola.

Terminou mais uma actividade da CJSB com um lanche convívio no Espaço Domus em que foram trocadas impressões por todos sobre o filme e sobre o que verdadeiramente significa a da de 25 de Abril.

A CJSB faz um balanço muito positivo da actividade, quer no que toca à militância, que no facto de todos os presentes se terem mostrado claramente satisfeitos.

O objectivo principal desta actividade foi também alcançado, é importante manter vivos os ideais de Abril. A falta de democracia é ainda uma realidade provocando a falta de liberdade de expressão, de actos, de acções. Mas também há excessos dessa mesma liberdade. Nunca devemos de deixar de lutar por uma democracia plena e aplicar o verdadeiro sentido da palavra LIBERDADE.

(...)

Aproveitamos a oportunidade para deixar a ligação para o BLOG "Carpe Diem", um blog dos "nuestros hermanos" camaradas e amigos da JSZamora, com os quais temos mantido actividades transfronteiriças.

Deixamos também o link do texto "La maldición Transmontina" da qual sublinhamos a 1ª frase: "Dos ciudades muy parecidas, Bragança y Zamora, hay multitud de cosas que les une, a pesar de ser dos pueblos que hemos vivido a espaldas del otro, separados por una frontera durante siglos, enfrentados en guerras y actualmente unidos bajo la misma bandera, la Europea.